quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Textos de Filosofia

Outra boa dica para pesquisas e leitura sobre filosofia na rede mundial de computadores, você encontra através do link abaixo (são vários textos sobre os mais diversos temas filosóficos), aproveite, boa leitura:

http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/textos.htm

Dicionário de Filosofia!

Vivemos na era da informação, devemos fazer um bom uso das ferramentas tecnológicas a serviço da aprendizagem; confira o "Dicionário Escolar de Filosofia"; disponivel no link abaixo:
http://www.defnarede.com/

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Agostinho e a Cidade de Deus

A INFLUÊNCIA DA IGREJA CATÓLICA NO PENSAMENTO POLÍTICO MEDIEVAL
Acredito que ao longo de quase toda a Idade Média, todo o pensamento político do mundo ocidental esteve cerceado pela ideologia moralista da Igreja Católica. Dessa forma, toda a produção teórica acerca da política buscava a formulação de um sistema de governo calcado moral cristã. A discussão política teve algum desenvolvimento na Idade Média. Notabilizou-se a Idade Média pela sua fé no regime teocrático, que mantinha o poder civil a serviço da Igreja. O Império foi convertido em Sacro Império Cristão. Acreditou-se que o poder civil desceria do alto para sobre os reis, tal como se supunha descer o poder religioso para sobre os papas.
Perceba que ao contrário das concepções da Antiguidade (em que a função do Estado é assegurar a vida boa), na Idade Média predomina a concepção negativa do Estado. Isto porque o homem teria uma natureza sujeita ao pecado e ao descontrole das paixões, o que exige vigilância constante, cabendo ao Estado intimidar os homens para que ajam retamente.
Na Idade Média configuram-se duas instâncias de poder: a do Estado e a da Igreja. O Estado é de natureza secular, temporal, voltado para as necessidades mundanas e caracteriza-se pelo exercício da força física; a da Igreja é de natureza espiritual, voltada para os interesses da salvação da alma e deve encaminhar o rebanho para a verdadeira religião por meio da força da educação e da persuasão. A tensão entre os dois poderes assumiu diferentes expressões no decorrer do longo período, criando inúmeros conflitos.
Ainda no final da Antiguidade, próximo à queda do Império Romano, viveu Santo Agostinho (354-430 d. C.), bispo de Hispona.

SANTO AGOSTINHO E A CIDADE DE DEUS
Santo Agostinho escreveu o livro A Cidade de Deus, em que afirmava que a cidade humana era essencialmente imperfeita, e que aqueles que vivessem em conformidade com os preceitos cristãos habitariam, após a morte, na Cidade de Deus, onde tudo era justo.
Santo Agostinho é o filósofo mais marcante deste período. Sua concepção é de que o Estado tem a função de controlar e vigiar o povo, evitando assim que este ceda às paixões, pecados e erros. Para Agostinho, O Estado deve procurar imitar a perfeição divina. Sua obra A Cidade de Deus é uma idealização de uma cidade ideal, regida de acordo com a perfeição divina, baseada no amor divino, na qual o pecado será aniquilado. Agostinho inspirou-se em Platão.
Essa mentalidade acabou por influenciar todo o pensamento político medieval, pregando a superioridade do poder espiritual sobre o poder humano. Isso levou a diversos conflitos entre reis e papas. Estes querendo impor-se como superiores por representarem Deus na terra. A Igreja se apresenta como o ideal perfeito de governo, já que se considera criada por Deus, portanto, modelo de justiça e perfeição.
Agostinho viveu o declínio da cultura, da civilização que havia sido a sua; assistiu, da África, a queda do Império Romano, a tomada de Roma por Alarico, em 410 d.C. Foi, pois, vivenciando a experiência de seus contemporâneos, pagãos e cristãos, extremamente confusos, os primeiros batendo em retirada diante da invasão dos bárbaros e os outros, frívolos, sem a têmpera dos mártires, foi precisamente dentro desta condição histórica que Agostinho escreveu a Cidade de Deus. Seus interlocutores não são abstratos, um público genérico, mas pessoas concretas, conhecidas, refugiados, que chegavam à África fugindo das invasões, cheios de medo e de mágoa, sem perspectiva, sem futuro. Roma, o símbolo de uma civilização, havia caído. Com a queda de Roma, caía também toda a esperança para o homem. A Cidade de Deus quer ser, pois, um procedimento retórico real para humanizar o homem e o salvar.
A estrutura desta obra é perfeita com um planejamento de catorze anos. Foi publicada aos poucos e seu esquema é dual, com coerência e consistência perfeitas. A primeira parte é uma reflexão sobre o culto pagão; a segunda, uma teologia da história. Em todo o texto o leitor se encontra com a antinomia das duas cidades: Babilônia é o lugar do cativeiro, o presídio; Jerusalém, o lugar da liberdade, da vida feliz. Duas cidades são assim duas formas de vida, duas maneiras de realizar a existência. Dois amores constituem dois modos distintos de construir a convivência entre os homens. As duas cidades são diferentes porque nascem de amores diferentes. Um amor luta para construir a cidade, a casa dos homens todos; o outro se fecha no egoísmo que oprime e domina os demais.
A Cidade de Deus é querer sinceramente o bem, à imitação do Pai que concede a sua graça a todos, que cumula a todos com sua benção e que só se deleita com a união de seus filhos. A origem da Cidade de Deus é, portanto, teológica e possui uma intersecção na existência histórica da sociedade. Ao contrário, a origem da cidade terrena é o apetite de domínio, de vingança, de soberba, gerando a guerra e o extermínio, a confusão e o caos. A paz é a consequência da concórdia total entre os que mandam e os que obedecem. Tanto quem manda quanto quem obedece deve amar e buscar a paz, a tranquilidade na ordem, a feliz disposição de todos no todo, a justiça em todas as suas dimensões. Só quem ama retamente chega à paz e alcança a virtude. Esta é o amor verdadeiro feito obra. A satisfação que só busca o próprio interesse é sem consistência e falsa, transitória e vazia, não leva a lugar algum, "morre em si mesma" porque em si mesma já é morta.
A partir de uma leitura residual da Cidade de Deus, se depreende uma visão de história como construção do Reino. Para Agostinho, a história não é cíclica, como os Gregos a concebem, mas é bíblica e, portanto, linear. Agostinho parte de um acontecimento que ocorreu uma única vez na história, a Encarnação do Cristo. Este evento quebra a síntese do eterno retorno e inaugura um fim para a história. Não caminhamos para trás, sonhando com o paraíso perdido, mas para frente, vivendo um tempo cheio de sentido, com formas, pleno, um presente contínuo, o tempo da graça. A história não é encontro sem significado, mas o tempo da salvação. Nossa obrigação é, portanto, construí-la, realizá-la. Viver o tempo é viver a vida e a sabedoria consiste em vivê-la devidamente. É verdade que o sentido da história não nos é comunicado imediatamente. O futuro é construído a partir do presente. O que se descortina diante de nossos olhos não nos pertence, é dom, é graça, é mistério, por isso o sentido da história não é visível. História é desafio, neste tempo preciso, nesta cadeia dialética grávida de prós e de contras, neste nosso agora cheio é que se dá a salvação, a graça, a proposta de Deus e a nossa resposta pela construção da cidade. É assim que a história cheia de fraquezas e misérias de cada indivíduo e de cada geração se transforma no Reino de amor e de paz que Deus quer para o seu povo.
O caráter espiritual da Cidade de Deus é patente no pensamento de Agostinho. Não se trata aqui, contudo, de uma teologia para gerir teocraticamente a sociedade. A cidade terrestre possui a sua autonomia, essa pode ser tanto a oposição a Deus, quanto o lugar onde se coloca em prática uma ordem de coisas segundo a sua vontade. Em nosso mundo contemporâneo, as sociedades se instalam entre uma existência sem referência, sem escatologia, sem utopia e uma ordem transcendental fechada é imposta pelos seus detentores. Ora, Agostinho é aqui, na Cidade de Deus, o crítico contundente desse dilema dualista (ensina-nos que a ação de Deus se encontra no mundo, na medida em que os homens se humanizam). Quando reinam a justiça e o amor verdadeiro entre os homens, a alma de toda civilização e o fundamento da paz, a Cidade de Deus acontece.

MONTEIRO, Consuelo Campos. Guia de Estudo – Filosofia da Política. Consuelo Campos Monteiro. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2009.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PESQUISA ESTUDANTIL

Acesse o link abaixo e participe desta entrevista, colabore com o levantamento de dados para pesquisa sobre a educação e o processo de ensino aprendizagem:

http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dEY4MjI5R2hvSmszYUpvNzdMQU9hUlE6MA

domingo, 18 de outubro de 2009

Na Natureza Selvagem

Um filme que nos leva a reflexão sobre os valores da sociedade atual, quanta hipocrisia encontramos nas relações socias e inclusive familiares!
Ainda nos remete a idéia de liberdade, a liberdade é possível? Ou ainda sobre objetivos, como traçamos nossos objetivos, ou apenas cminhamos espontanemente? O que realmente importa?

Assista ao trailer do filme no endereço abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=0YBDpPIhEYo