segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cursos CNI/SENAI

O SENAI está oferecendo estes cursos na modalidade de ensino à distância, totalmente gratuito, a quem interessar acesse o site: http://www.senai.br/ead/transversais/

Competências Transversais

A ação inovadora “Competências Transversais”, prevista no Programa Educação para a Nova Indústria, tem as metas de desenvolver cinco cursos a distância sobre temas transversais e produzir um milhão de matrículas no período de 2007 a 2010.

As competências transversais são oferecidas na forma de cinco cursos a distância sobre os seguintes temas transversais: Educação Ambiental, Empreendedorismo, Legislação Trabalhista, Segurança do Trabalho e Tecnologia da Informação e Comunicação.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Breve Manifesto em Favor do Politicamente Incorreto
Ou ainda, Em Defesa da Diversidade de Pensamento

Vivemos tempos em que prevalece o politicamente correto. Temos que pensar toda e qualquer palavra que proferimos ou escrevemos para que não corramos o risco de sermos censurados. Groucho Marx, comediante americano da primeira metade do século XX, certamente sofreria muito com tal situação. Mestre do incorreto, do humor ácido e cínico, que colocava seus interlocutores em situação delicada, Groucho não media seus dizeres e, ao menos nos filmes, não parecia se importar com a opinião alheia.
Certamente não é o que ocorre hoje em dia. Todos os nossos passos, versos, falsetes, atos e percursos sendo percebidos, analisados, julgados como estão, paralisam a espontaneidade e privam o mundo da graça e da loucura que por vezes parecem tão necessárias.
Talvez por isto em “O Cavaleiro das Trevas” o Coringa tenha feito muito mais sucesso que o Batman. O bandido pôde se atrever a falar aquilo que o mocinho encapuzado tinha que conter entre suas línguas, para não parecer fora de contexto...
Mas como já pude destacar em outro texto, temos tanto o Coringa quanto o Batman correndo em nosso sangue. Calar um dos lados não é exercício que devamos fazer, a censura a nós mesmos é uma violência tão grande e extrema quanto a própria coerção realizada contra terceiros.
É certo que cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém e que, portanto, em alguns momentos medir as palavras antes de proferi-las pode ser ato de autopreservação. Nestes momentos compete a cada um de nós, utilizando o melhor de nossos neurônios, ordenar os pensamentos e abrir a boca (se preciso for) apenas quando se fizer necessário e sempre no sentido de evitar embaraços ou constrangimentos.
Mas estas situações devem constituir exceções e não a regra. Viramos a mesa de cabeça para baixo a tal ponto que hoje, quando alguém fala abertamente o que pensa e suas palavras contrariam o pensamento vigente, logo vem pedrada. Críticas chovem como se o diferente pensar fosse pecado. E a maior ironia nisto tudo é que é justamente na diversidade e na liberdade de expressão que reinam, sobretudo, os maiores avanços já vividos pela humanidade.
É certo, direto e mais do que premente resgatar, neste sentido, os dizeres de Voltaire, quando afirmava que “posso até não concordar com aquilo que você diz e pensa, mas lutarei até o fim de minha vida pelo seu direito de expressão de tais pensamentos”.
Outra grande contradição vem à tona quando vemos, por exemplo, as pressões imensas que foram feitas sobre o Papa e a Igreja Católica para que expiassem suas culpas quanto a condenação de Galileu Galilei, ainda na Idade Moderna, tão longínquo no tempo, admitindo que o cientista italiano tinha razão quanto a sua teoria heliocêntrica que contrapunha o teocentrismo cristão.
Não que pessoalmente eu considerasse tal ato inapropriado, ainda que tardio. Penso que a Igreja devia isto a Galileu. A contradição não reside na ação do clero católico, mas sim da turba que exigia esta retratação e que, por sua vez, erige tantas dificuldades para que fluam entre nós os pensamentos dissonantes, aqueles que não constituem a voz da maioria (por vezes tão burra, surda e cega, mas sempre tão impositiva quanto aos seus ditames).
Nelson Rodrigues já dizia que as unanimidades são burras. Apesar de reconhecer os méritos de sua obra, mas não ser simpatizante de seus escritos, Nelson Rodrigues tinha como um de seus maiores méritos a honestidade, a franqueza, a sinceridade e a língua solta que tanto nos faz falta nos dias de hoje.
Todo mundo é tão certinho, tão correto e, finalmente, tão político em suas ações e considerações que o mundo está ficando chato em demasia. É preciso incendiar um pouco o debate, trazer a tona àquilo que poucos ou ninguém se atreve, desafiar a lógica dominante e enfrentar a massa.
O jogo de cena que temos em andamento nos dias de hoje é tão entediante que, quando alguém surge em cena e diz aquilo que ninguém tem coragem de dizer, vira manchete de jornais, estrela da internet e ganha os noticiários das redes de rádio e televisão. Que o digam, por exemplo, muito recentemente, o bispo que defendeu a excomunhão dos médicos que praticaram o aborto em uma menina de nove anos de idade ou mesmo o político que, em tribuna, escancarou que pouco se lixava para a opinião pública.
Apesar de não concordar com seus posicionamentos, não posso deixar de destacar que eles foram, no mínimo, bastante valentes ao exporem publicamente aquilo que realmente pensavam. Apesar de não assinar embaixo daquilo que disseram, defendo (como Voltaire) o direito de livre expressão de ideias não só deles, mas de todo mundo que quiser falar o que pensa.
Ressalto apenas que, politicamente corretos ou incorretos, a diversidade dos pensamentos apresentados aqui, acolá e alhures é imprescindível para que todos possam crescer. Ainda que em determinados momentos tenhamos que ter “papas nas línguas” para a “batata quente” não arder em nossas mãos, e nisto entra, como já destaquei, a nossa capacidade de entender o contexto, as variáveis, as consequências e também a nossa representatividade, está faltando a pimenta que faz a vida ter a necessária ardência, brilho, evidência e sabor.
Por isso mesmo pensei neste texto como um breve manifesto em favor do politicamente incorreto e em prol da diversidade de pensamento e, desde já, deixo aberta a brecha para que mais opiniões (a favor ou contra) se juntem a esta reflexão...

João Luís de Almeida Machado Editor do Portal Planeta Educação; Doutor em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor do livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva).

http://www.planetaeducacao.com.br

Cursos Gratuitos!

Cursos CNI / SENAI

Cursos gratuitos a dstância, vale a pena conferir:


Competências Transversais


A ação inovadora “Competências Transversais”, prevista no Programa Educação para a Nova Indústria, tem as metas de desenvolver cinco cursos a distância sobre temas transversais e produzir um milhão de matrículas no período de 2007 a 2010.

As competências transversais são oferecidas na forma de cinco cursos a distância sobre os seguintes temas transversais:
Educação Ambiental,
Empreendedorismo,
Legislação Trabalhista,
Segurança do Trabalho e
Tecnologia da Informação e Comunicação.


Para maiores informações e inscrição nos cursos acesse o site:
http://www.senai.br/ead/transversais/

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Analfabeto Político

O Analfabeto Político
Berthold Brecht


O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

(Berthold Brecht)