quarta-feira, 12 de agosto de 2009

As cinco vias de Tomás de Aquino

TOMÁS DE AQUINO
A Teodicéia é a especulação filosófica para provar a existência de Deus. Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus, imediatamente, uma idéia clara e distinta. A fim de provar sua existência, Tomás procede a posteriori,
partindo não da idéia de Deus, mas dos efeitos por Ele produzidos. Assim, elege o mundo sensível como ponto de partida, cuja existência é dada pelos sentidos e utiliza a metafísica Aristotélica, revelando o seu gênio sintético ao demonstrar a existência de Deus, de cinco modos, que são as famosas cinco vias, que assim se resume:
1a. - A do "Movimento"- É o argumento aristotélico do primeiro motor. ("não é possível admitir uma série infinita de seres que se movem, movendo por sua vez outros seres; logo, é preciso chegar a um motor que mova sem ser movido."). O movimento existe e é uma evidência para os nossos sentidos; ora, tudo o que se
move é movido por outro motor; se esse motor, por sua vez, é movido, precisará de um motor que o mova, e, assim, indefinidamente, o que é impossível, se não houver um primeiro motor imóvel, que move sem ser movido, que é Deus.
Será que aqui poderíamos aventar a hipótese que Tomás de
Aquino, inspirado em Aristóteles, vislumbrou o Big Bang?

2a. - A da "Concatenação das Causas"-Tudo está sujeito à lei de causa e efeito. Há, pois, uma série de causas eficientes, causas e efeitos, ao mesmo tempo; ora, não é possível remontar indefinidamente na série das causas; logo, há uma causa primeira, não causada, que é Deus.

3a. - A da "Contingência"-Todos os seres que conhecemos são finitos e contingentes, pois não têm em si próprios a razão de sua existência, são e deixam de ser; ora, se são todos contingentes, em determinado tempo deixariam todos de ser e nada existiria, o que é absurdo; logo, os seres contingentes implicam o ser
necessário, ou Deus.

4a. - A dos "Graus de Perfeição"-Todas as perfeições admitem graus, que se aproximam mais ou menos das perfeições absolutas. Deve, pois, haver um ente sumamente perfeito, é o ente supremo - Deus.

5a. - A da "Ordem Universal"-Todos os entes tendem para uma ordem, não por acaso, mas por uma inteligência que os dirige; há, pois, um ente inteligente que ordena a natureza e a impele para o seu fim. Esse ente inteligente é Deus.

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